quinta-feira, 21 de junho de 2012

Hoje

Hoje fiz uma coisa muito estúpida.
Ser estúpido fez com que me sentisse aliviado.
Foi basicamente isso.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma semana diferente

Vou vos contar como foi esta semana para mim. Foi uma semana bastante cheia e diferente do que as minhas semanas costumam ser.
Então. No domingo  acordei com dores de cabeça e pensava que tinha dormido mal ou demais, continuando assim o meu dia a dia normal para um domingo (que não consiste em fazer muita coisa), mas as dores não pararam e a minha barriga também estava estranha. No dia a seguir estava pior e fiquei em casa. Nessa noite, dormi e senti-me mesmo mal, tinha febre, doía-me a barriga e estava mesmo enjoado, mas não vomitei. Como não sabíamos o que eu tinha fomos ao hospital.
O hospital não estava muito cheio, tinha lá algumas pessoas mas não estava a abarrotar. As paredes estavam cheias de desenhos e uma delas dizia "Agradecemos ao Continente pintar este espaço e torná-lo colorido" ou assim. Estar num hospital é sempre um pouco desagradável, por isso foi bom as primeiras análises (palpar barriga, tirar sangue) terem sido rápidas.
As primeiras.
Depois destas análises, tive de fazer uma ecografia, o que é bastante estranho. Não é só estranho por estares deitado com uma senhora desconhecida a passar por cima da tua barriga com um aparelho e um creme frio e viscoso (lubrificante?), mas também porque o que aparece no ecrã, que demonstra o interior da nossa barriga, é completamente impossível de se compreender! O que se vê são círculos cinzentos e ovais a mexer-se o tempo todo, como o meu pai disse "isto parece o oceanário". Os resultados desta ecografia demoraram algum tempo e quando chegaram já passava das 18:00.
Os resultados foram que não parecia ser uma apendicite, mas podia muito bem ser e que por isso tinha de esperar até à meia-noite, para vir um cirurgião que iria ver como eu estava e talvez operar-me.
Tinha de esperar até à meia noite porque tinha comido e era preciso estar em jejum durante seis horas para ser operado. Não podia comer durante este tempo todo, mas estava a ser alimentado, pelo meu pulso, com soro (sim, tinha um tudo enfiado no meu braço, o que não é tão mau como parece). Então tive até à meia noite a fazer tempo, o meu pai fez me compania, mas mesmo assim foi uma seca.
Acabei por não ser operado naquela noite, mas o cirurgião disse que não tinha a certeza do que era e para esperamos mais um dia...
Nesse dia também não fui operado, fizeram mais umas fotos da vida aquática dentro da minha barriga e descobriram que não era o apêndice, mas sim uma 'adenite misantérica' (o que provavelmente não está bem escrito) e que tinha de passar mais um dia no hospital, porque podia piorar.
Depois de umas bolachas e um chá, acompanhados com um pacote de açúcar (uma noite faço os rumores realidade) mudei de quarto outra vez.
O meu terceiro quarto era no segundo andar do hospital e tinha uma vista fantástica! Dava para ver o Tejo, a torre de Belém, a ponte 25 de Abril e um pequeno pedaço do padrão dos descobrimentos! O outro quarto tinha vista para uma faculdade de medicina, dava para ver os estudantes a estudarem e fumarem na varanda a noite toda (mesmo a noite toda). Aqui, apesar de continuar sem apetite, até já podia comer normalmente e a comida até era boa.
A noite que tive de passar neste quarto, não foi muito agradável. Não é que combinasse com a frase Nicola do pacote de açúcar da ceia "uma noite faço do teu roncar a minha canção de embalar", visto que a outra cama do meu quarto não estava ocupada, mas eu não me estava a sentir muito bem e havia um bebé a chorar tanto que parecia que ia explodir, fazia impressão.
No dia a seguir já era quinta-feira e quando o meu pai me quis vir buscar deram-lhe a agradável noticia que eu tinha de ficar internado mais um dia. Fiz a mesma coisa que no dia anterior: desenhar um pouco, ver televisão, ler e ter visitas.
À noite tive o privilégio de ver o fantástico fogo de artifício da Volvo Ocean Race (ou assim) sobre o Tejo, que não teria visto de nenhuma janela da minha casa...
O resto da noite foi normal, dormi bem e não combinou com o "uma noite faço o teu chão tremer do lanche", nem o "uma noite viro faço-te uma proposta indecente da ceia".
Sexta era o dia mundial da criança e finalmente podia voltar para casa. Havia uns palhaços no hospital para entreter os mais novos (nunca gostei muito de palhaços).
Uma das enfermeiras (que, já agora, eram mesmo simpáticas) deu-me um saco com um presente do dia mundial da criança. Lá dentro estavam canetas, cadernos, creme solar, um bloco e uma pequenina caixa com doces, foi uma despedida simpática que me deu apesar "de já não seres bem uma criança" e disse que era difícil encontrar alguma coisa para os adolescentes.
Nunca tinha estado internado num hospital e foi uma experiência bastante diferente, nem sempre agradável (especialmente a partes de tirar sangue e tal), mas até um pouco interessante.

PS: Espero que este post gigante não vos tenha tirado demasiado tempo de vida :D