Estamos a chegar ao tempo de Natal , o qual é possível verificar pela quantidade de catálogos "natalícios" do Toys R us que aparecem nas caixas de correio, numa abundância como bilhetes para Hogwarts e nas decorações dos centros comercias (ainda não chegaram os pais Natal a subir os prédios, nem os meninos Jesus em bandeiras vermelhas, mas os centros comercias estão bastante avançados, mais sobre isso aqui).
Eu ainda não entrei no espírito natalício e ainda não comecei a arranjar prendas mas vou contar uma história que aconteceu no natal do ano passado...
Era uma vez, num dia friorento, mas confortável, eu e uns amigos na baixa a comprar prendas para toda a gente. Depois de passar as lojas todas pente fino (capitão Lisboa, lojas vintage, fnac, pappa bubble, aquela loja de fotografia que não sei como se chama e muitas outras), eram seis da tarde estava a ficar escuro e nós estávamos cheios de fome, então decidimos ir lanchar.
O problema era que já tínhamos ido comer a imensos sítios naquele dia, então queríamos experimentar uma coisa nova... Andamos nas ruas dum lado para o outro sem resultado, quando passamos numa espécie de tasca numa das ruas paralelas à rua Augusta.
Aquele sítio não tinha nada bom aspecto, o chão e as paredes eram de pedra, como numa cozinha, tinha poucas mesas e só uma delas estava ocupada. Na mesa ocupada estava uma mulher gorda com cabelos escuros e (talvez?) buço, era uma mulher tipicamente portuguesa numa tasca rasca tipicamente portuguesa. Dava ideia que ela tinha estado sentada ali a semana toda, parecia mesmo aquelas pessoas que vão todos os dias para o mesmo café, pedem sempre a mesma coisa e depois ficam o dia todo ali sentados a conversar com os donos do café e as pessoas das mesas ao lado. Quando passámos naquela tasca e olhamos lá para dentro fizemos o erro de dizer uma coisa do género:
-Bora lanchar aqui?
Isto ligou logo todos os sentidos da vendedora que estava lá fora a fumar e ela ao ver que iria ter clientes disse logo:
-Entrem, entrem.
Nós percebemos o erro que tínhamos feito e gargarejamos:
-Sim... Ah... Mas é que nós não temos muito tempo...
Foi então que o adamastor entrou em ação, de dentro da tasca ouviu-se numa voz típica para uma mulher portuguesa:
-Ixthá chempre temp pa bir aqui!
Nós não sabíamos o que fazer não queríamos ser antipáticos e antes de poder pensar já estávamos sentados lá dentro. Eu pedi um bolo brigadeiro, mas antes de o pedir fiz a estúpida pergunta:
-Mas o bolo é bom? (pergunta estúpida para se fazer num restaurante ao empregado)
A mulher sentada lá atrás disse logo:
-Ixtaqui é tudo baum!
Antes de a empregada me trazer o bolo (que estava realmente bom) entrou um homem na tasca, também devia fazer parte da mobília, que disse olá a toda a gente e depois se pós a mexer nos fusíveis com a consequência de as luzes do café se apagarem todas e só ficarem as luzinhas coloridas de natal a piscar na tasca, um momento de pura estranheza onde nós nos sentiamos bastante mal. Claro que o senhor depois de um "ai desculpem, não era isto que eu queria fazer" ligou logo tudo outra vez, mas não deixou de ser surreal.
yeah, and that was the day CRUNA screwed it all. :)
ResponderEliminarfogo foi horrível!
oh:)) escreveste sobre nos!
ResponderEliminarFantástico!
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