sexta-feira, 25 de novembro de 2011

De certa forma uma história de natal

Estamos a chegar ao tempo de Natal , o qual é possível verificar pela quantidade de catálogos "natalícios" do Toys R us que aparecem nas caixas de correio, numa abundância como bilhetes para Hogwarts e nas decorações dos centros comercias (ainda não chegaram os pais Natal a subir os prédios, nem os meninos Jesus em bandeiras vermelhas, mas os centros comercias estão bastante avançados, mais sobre isso aqui).
Eu ainda não entrei no espírito natalício e ainda não comecei a arranjar prendas mas vou contar uma história que aconteceu no natal do ano passado...
Era uma vez, num dia friorento, mas confortável, eu e uns amigos na baixa a comprar prendas para toda a gente. Depois de passar as lojas todas pente fino (capitão Lisboa, lojas vintage, fnac, pappa bubble, aquela loja de fotografia que não sei como se chama e muitas outras), eram seis da tarde estava a ficar escuro e nós estávamos cheios de fome, então decidimos ir lanchar.
O problema era que já tínhamos ido comer a imensos sítios naquele dia, então queríamos experimentar uma coisa nova... Andamos nas ruas dum lado para o outro sem resultado, quando passamos numa espécie de tasca numa das ruas paralelas à rua Augusta.
Aquele sítio não tinha nada bom aspecto, o chão e as paredes eram de pedra, como numa cozinha, tinha poucas mesas e só uma delas estava ocupada. Na mesa ocupada estava uma mulher gorda com cabelos escuros e (talvez?) buço, era uma mulher tipicamente portuguesa numa tasca rasca tipicamente portuguesa. Dava ideia que ela tinha estado sentada ali a semana toda, parecia mesmo aquelas pessoas que vão todos os dias para o mesmo café, pedem sempre a mesma coisa e depois ficam o dia todo ali sentados a conversar com os donos do café e as pessoas das mesas ao lado. Quando passámos naquela tasca e olhamos lá para dentro fizemos o erro de dizer uma coisa do género:
-Bora lanchar aqui?
Isto ligou logo todos os sentidos da vendedora que estava lá fora a fumar e ela ao ver que iria ter clientes disse logo:
 -Entrem, entrem.
Nós percebemos o erro que tínhamos feito e gargarejamos:
-Sim... Ah... Mas é que nós não temos muito tempo...
Foi então que o adamastor entrou em ação, de dentro da tasca ouviu-se numa voz típica para uma mulher portuguesa:
-Ixthá chempre temp pa bir aqui!
Nós não sabíamos o que fazer não queríamos ser antipáticos e antes de poder pensar já estávamos sentados lá dentro. Eu pedi um bolo brigadeiro, mas antes de o pedir fiz a estúpida pergunta:
-Mas o bolo é bom? (pergunta estúpida para se fazer num restaurante ao empregado)
A mulher sentada lá atrás disse logo:
-Ixtaqui é tudo baum!
Antes de a empregada me trazer o bolo (que estava realmente bom) entrou um homem na tasca, também devia fazer parte da mobília, que disse olá a toda a gente e depois se pós a mexer nos fusíveis com a consequência de as luzes do café se apagarem todas e só ficarem as luzinhas coloridas de natal a piscar na tasca, um momento de pura estranheza onde nós nos sentiamos bastante mal. Claro que o senhor depois de um "ai desculpem, não era isto que eu queria  fazer" ligou logo tudo outra vez, mas não deixou de ser surreal.

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