domingo, 30 de outubro de 2011

Apeteceu-me escrever sobre isto

Hoje no autocarro sentei-me ao lado de um homem, isto é uma coisa especial, porque normalmente tento sentar-me sempre em lugares de dois sozinho ('GRAA' -Que urso!), porque não gosto de ter contacto físico indesejado com pessoas que não conheço e que nunca mais vou voltar a ver (apesar disso queixo-me das pessoas adultas que fazem isso, porque assim há sempre uma pessoa em cada lugar de dois e eu não me posso sentar sozinho num lugar de dois).
Pronto. Onde estava eu? Sim, sentei-me ao lado de um homem. Estava calmamente a ouvir música, quando chegamos à paragem de Belém. A paragem de Belém é a paragem onde sai a maior parte da gente que entra naquele autocarro, são aqueles turistas que nos perguntam "eksuze mi, butt koud you tell mi vere ze caiz de zodré is?", e que saem para fazer para fazer fila nos pasteis de Belém, no Jerónimos ou então para andar por aí (mercy on them, que Lisboa vive do turismo)...
Quando chegamos à paragem reparo que o homem (que por acaso não era turista de certeza, mas mesmo assim), estava a dormir. O que eu reparei por acaso, porque ele não dormia como a maior parte da gente dorme no autocarro (consiste em usar a pessoa que está ao teu lado como almofada e mesmo que essa pessoa gentilmente tente empurrar-te para o outro lado cair sempre para cima dela outra vez).
Continuando, (estou a exagerar um pouco com as parentezes, pareço a minha avó a mudar de assunto enquanto fala)...
Vendo o homem a dormir, pensei "e se este homem quiser sair aqui? Se perder esta paragem só consegue sair na casa pia e tem de andar um pouco...", decidi acordá-lo. Mas não podia simplesmente dar-lhe um encontrão e dizer " Acorda pá!", podia não ser a sua paragem... Então eu decidi fazer isto; fingi baixar me flectindo os meus cotovelos de forma a baterem contra ele de forma muito suave e depois disse "Ah, desculpe...". O homem acordou e quando viu em que paragem estávamos levantou-se rapidamente e saiu do autocarro, à janela fez-me um 'thumbs up' e cara trident. Sentia-me como a Amélie Poulain, até fiquei com um sorriso creepy por acaso era a banda sonora desse filme que eu estava a ouvir no meu "ipod".

PS: Sei que este post pode ser pouco interessante, mas para mim foi um momento em que me senti bem, tinha ajudado alguém de forma subtil, como a Amélie Poulain...

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